07 maio 2006

The Organ - GRAB THAT GUN













Mint Records (2004)

1. Brother 2. Steven Smith 3. Love, Love, Love 4. Basement Band Song 5. Sinking Hearts 6. A Sudden Death 7. There Is Nothing I Can Do 8. I Am Not Surprised 9. No One Ever Looked So Dead 10. Memorize The City 11. Instrumental (Bonus)

Eu acredito no amor à primeira vista. E acredito que, em ocasiões especiais, esse sentimento possa despontar com tal intensidade que, numa questão de segundos, todo o corpo se arrepie, embalado pelo ritmo descompassado do coração. E foi assim que me apaixonei perdidamente por cinco meninas do Canadá, que bateram à porta dos meus ouvidos e imediatamente forçaram a entrada na minha corrente sanguínea, contagiando de forma irresistível todos os meus órgãos. Como é que eu podia dizer que não áquelas palavras suaves e doces, embaladas numa melancolia imensa de melodias e ritmos perfeitos na sua simplicidade e que atingem em cheio o cérebro? Pois é. Não podia. Por isso desisti, ainda antes de ter tentado resistir, e entreguei o meu coração às cinco meninas, feliz na certeza de ter encontrado um Amor verdadeiro, de que nunca me vou cansar.

página oficial - http://www.theorgan.ca/

White Rose Movement - KICK



Independiente (2006)

1. Kick 2. Girls In The Back 3. Love Is A Number 4. Alsatian 5. London's Mine 6. Pig Heil Jam 7. Idiot Drugs 8. Deborah Carne 9. Testcard Girl 10. Speed 11. Cruella

A maior alegria que tive este ano, para além da estreia da Floribella na TVI, foi quando soube que os White Rose Movement vinham a Paredes de Coura. Faço desde já (mais) uma vénia aos tipos que escolhem o alinhamento do festival, pelo simples facto de todos os anos incluírem no cartaz a(s) minha(s) banda(s) preferida(s) do momento - Arcade Fire em 2005 e White Rose Movement (WRM) no ano da graça que vai agora a meio.
Seguindo a linha revivalista 80's explorada por bandas como os The Bravery, os WRM pegam na electro-wave "clássica" ("Girls in The Back" e "Love is a Number") mas dão-lhe um enxerto de porrada com soqueiras góticas e industriais, até lhe deixarem a cara feita num híbrido goth-hard-wave (fui eu que inventei esta) que soa a Depeche Mode no headphone esquerdo ("Deborah Carne"), a Nine Inch Nails no headphone direito ("Pig Hail Jam") e a uma cena marada quando se ouvem os dois headphones ao mesmo tempo ("Kick").
O certo é que o híbrido consegue encaixar a tareia melhor do que o Rocky dos velhos tempos e tem energia para dar e vender durante os 51.32 min de KICK, o disco de estreia dos 4 londrinos e 1 londrina que foram buscar o nome a um movimento criado por um grupo de jovens alemães que teve a coragem de, em pleno regime nazi, lutar contra a ideologia repressiva e fascista de Hitler. E é precisamente esse sentimento, misto de urgência, vitalidade e paixão, que os WRM conseguem imprimir à sua música, tornando-a tão irresistível e apelativa. Quem quer ir comigo distribuir panfletos para a rua e espalhar a palavra?